24 março, 2009

Samsara de Outono


Agora é outono
è tempo das abdicações,


tempo das nuvens fugitivas
como bandeiras em derrota
tempo da alegria desocupada
crescendo onde queira
entre o levitar unanime de folhas
e um emigrar de passáros,

na luz calma de antigas cidades,
tempo das cores inversas
Agora chega o outono e o peito da terra
se esfria como lágrima caída.
É outono de amor amarelo, laranja e carmim.


O vento desperta desenganado nas manhãs.
Tardes quentes ,noites frias.
Agora é outono com suas luzes obliquas,

aprofundando rugas num sulco sem sementes.
De soslaio sopra o vento os barcos esquivos
das baias devastadas, de cernes exaustas.


Outono que limpa o adro do mundo,
muda o tom das cores , para que silenciosamente
se aproxime e se instale o inverno.





























Um comentário:

Anônimo disse...

um velho indio uma vez disse:
"somos como as estaçoes:
qdo crianças, robustas, coradas sempre alegres estamos na primavera da vida;
jovens , fortes e saudaveis somos como o verao;
a idade adulta, a maturidade nos tras a meditaçao, uma certa introspecçao, as finas rugas delineadas pelo tempo - somos o outono;
na velhice, qdo a pele enruga, os passos sao lentos, o olhar e as atitudes abrandam , recolhidos em nós mesmos somos o inverno"