18 outubro, 2009

Surreal


Me procura num infinito espaço
Me entrego, me prendo, te devoro
Me perco me encontro no teu labirinto
E como temerário, te exploro.

Me rouba um beijo num sopro intrépido
E navega em meus mares desconhecidos
Sussurra no ouvido, promessas de amor.
Amor astronomico de emoções e sentidos.

E quando meu beijo
tua boca almeja
Meu mundo...um deserto
Teus lábios...açúcar cereja.

Teu colo, cais do meu barco,
Onde ouço pulsar do teu peito
Sentir o teu cheiro de mulher ao meu lado
E suavizar minha saudade em teu leito.

Sossega meu olhos em teu refrigério
Me leve em tuas asas e seus pensamentos
Viajando em espaços e galaxias sem fim
Guardando para sempre esses doces momentos.




06 outubro, 2009

Tempo



"O tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia,
outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando
pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente
e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo
de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu
lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que,
infelizmente, nunca mais voltará."

Mário Quintana




"Tempo

O segredo do tempo é consumi-lo sem percebê-lo.
É fingir-se infinito para não o vermos passar
É fazer-se contar em anos em vez de momentos

Relógio, despertador, cronômetro, calendário
Tudo engodo para imaginarmos prendê-lo, controlá-lo

Ampulheta, único instrumento sincero do tempo
Regressivamente, nos impõe a gravidade
De haver realmente um último grão
Riscando na areia a nossa fragilidade

Mas o tempo é imparcial
Não distingue rico de pobre
Preto de branco, homem de mulher
Devora-se sem escolhas

Matar o tempo é matar-se sem sentido
Perdê-lo é viver em vão

Faz-se devagar nos maus momentos
Depressa quando o queremos

Ponteiro invisível da vida
Peça necessária do fim

A sua fome é insaciável
A sua vontade é determinante
A sua procura é unanime

Se esconde nas sombras que se movem
Nos objetos que não mais servem
Nas pessoas que nunca mais vimos
Na podridão das frutas que não foram colhidas
Nas lembranças já esquecidas

Revela-se nas fotos que se desbotam
Nas cartas que amarelam
Nas crianças que crescem
Nas rugas que aparecem

Deixa-nos a esperança de Pandora
Nas ações dos que virão
No nascimento dos rebentos
Paulo Esdras