25 maio, 2009

Teosofia



Oh ,Vida oculta que vibra em cada átomo;
Oh, Luz oculta, que brilha em cada creatura;
Oh, Amor oculto,que a tudo abrange na unidade;
Saiba, todo que se sente uno Contigo;
É por isso mesmo uno com todos os outros.

Shanti
Shanti
Shanti



Jurandyr Braga




15 maio, 2009

Chovendo...


CHUVA

Que chove?
É chuva de vida
ou de pensamento?
Se chove tanto,
chovesse mais...

Mais que chuva,
mais que vento:
chovesse Céu.



Chovesse o Céu, eu voaria?
Ou ventaria, feito papel?
Se eu voasse, nadaria?

Nada disso!
Seria pipa, voando ao léu,
e da chuva me encharcaria,
da mesma chuva que me nasceu.

Que chuva chove?
Se é de vida,
chovesse o Céu!



Texto inspirado numa criança
Célia de Lima
17/04/2007

13 maio, 2009

Noa e o Mar


Acaricia ,manto espelho d´água limpa,
que lhe cobre os pés
Mínima onda dança volteando os tornozelos
Suaviza a pele o vento num assovio leve
Sol , vento , água ...é o mar.

Pegadas carimbando delicadamente a areia fina
Dia único , dia ímpar, tudo ainda cala
Os sons ainda dormem ao embalo do mar
Aos poucos o rei acorda dourando o horizonte

Gaivotas anunciam o despertar da vida
Seus olhos se inundam de cores
O cheiro da maresia invade o olfato
Teus dedos tocam a areia úmida, aguçando o tato

A praia em prato ,calma ,lisa , parada
Na sua presença se encaracola, se encrespa
Cada ondina te sorri ,tudo se torna festa
De olhos bem fechados agora, vai percepção alada

Vai penetrando, indo e voltando, hora vento ,hora água
e tudo o que era, já não é, e tudo que se achava agora é certo
O mar ,o sol , o vento e Noa.


Noa e o mar,
Noa foi pro mar,
Noa e este mar,
Noa é o mar!



09 maio, 2009

Explorando a Quarta Dimensão



:: Vera Helena Tanze ::

Quando alguém nasce num mundo tridimensional, sua consciência fica limitada pelos cinco sentidos, dando início à idéia da separatividade e do egoísmo. A percepção do universo como um processo aberto em quatro dimensões, permite a expansão da consciência para além da tridimensionalidade. Corresponde ao despertar consciencial no plano astral, nos fornecendo a compreensão de que todas as formas do universo constituem uma só comunidade, mostrando as possibilidades ilimitadas de cooperação entre os homens. Assim, os pequenos eus individuais passam a ver a vida em conjunto e se comprometem com ela. O homem teme tanto perder este EU, QUE SE AGARRA A UMA NOÇÃO LIMITADA DE TEMPO E ESPAÇO PARA PRODUZIR UMA FALSA IMPRESSÃO DE CONTINUIDADE PSICOLÓGICA.
Quando o eu abandona sua couraça psicológica, consegue então olhar para seu potencial Divino, ingressando finalmente na onda vibratória da Nova Era, em que o ser humano encontra paz e felicidade.

Vamos usar uma linguagem mais concreta para visualizar a possibilidade da existência da 4ª dimensão:
Desenhe uma linha reta e outra formando um ângulo de 90º.Você criou uma realidade plana, bidimensional, com comprimento e largura. Na base de encontro das duas linhas, coloque sua caneta erguida com base na junção das duas linhas, e terá uma realidade tridimensional, com largura, comprimento e altura, como a que vivemos. Agora, para criar uma 4ª realidade ou dimensão, temos que criar uma linha reta perpendicular com todas as outras. Parece um paradoxo, mas aponta, literalmente, para outra dimensão de nossa consciência.

Pensar na existência de um mundo de 4ª ou 5ª dimensão desafia nosso entendimento tridimensional, mas em síntese, seria aquela realidade que desponta quando se esgotam todas as possibilidades de alcance da 3ªdimensão.
Se olharmos a história, veremos que é exatamente assim que funciona. Quando, no final do século 19, a ciência descobriu outros estados mais sutis que os clássicos: o gasoso, o sólido e o líquido. Foi o caso da descoberta da Radioatividade, da física quântica e da teoria do Big-Bang, a grande explosão cósmica que atraiu o universo para um mundo tridimensional. A realidade da 4ª dimensão entra no aspecto espiritualista, quando se trata da existência de um plano mais sutil da realidade, correspondendo ao astral dos espiritualistas, ao akasha dos hindus (que é o registro cósmico de todo acontecimento dentro do universo), e ao fogo Divino dos persas. Cientificamente, foi chamado de campo mórfico por Rupert Sheldrake, o que vai de encontro à teoria de Albert Einstein, que diz que a 4ª dimensão é o tempo, bem como a todas as teorias de cunho espiritualista citadas acima.

Em todos os casos, a existência sutil é registrada no espaço quadridimensional, incluindo o passado, presente e futuro potencial, de tudo e todos contidos no universo. A 4ª dimensão contém todas as modificações que ocorrem no espaço, ao longo do tempo. O nosso hemisfério direito do cérebro, é capaz de captar o sentido do conteúdo da 4ª dimensão, onde o eterno é aqui e agora, e é uma função do universo quadridimensional. Estamos imersos nele o tempo todo, como afirmava Einstein ao dizer que tempo e espaço são inseparáveis.
O maior desafio do homem, principalmente neste momento de transição, é justamente tentar captar algo deste infinito universo da 4ª dimensão, trazendo-o para o estreito mundo tridimensional.
Antes de nascermos, pertencíamos à 4ª dimensão, pra onde voltamos pós-morte do corpo físico. No mesmo momento, no universo potencial da 4ª dimensão, estão presentes a criança que já fomos e o velho que seremos, embora estas partes de nós não sejam imutáveis. Cada dimensão do universo, inclui as outras dimensões anteriores, mais densas, como no exemplo que demos de realidade bi, tri ou quadridimensionais a partir do desenho de retas.
Agora vocês poderiam perguntar:
Existe algum indício experimental da existência de dimensões sutis?

Sim. Uma comprovação mais concreta para nós da existência da 4ª e 5ª dimensões no espaço, é o fato de sentirmos nossas próprias emoções e pensamentos como realidades espaciais. Vocês que buscam aprendizados novos com fim de evoluir, na verdade buscam algo que vai além do concreto tridimensional em que vivemos. A fé é outro forte indício disto: nunca vimos Deus, mas sabemos que Ele existe e nos guia de certa forma.
Podem não ter visto naves ou ETs, mas de alguma forma sabem que o universo segue uma lógica (que poderia ser a própria definição técnica de Deus), e seria um absurdo só ter vida, inteligente ou não, apenas aqui neste planeta.

Portanto, a consciência humana é um espaço vazio que habita em algum lugar além dos cinco sentidos que conhecemos, por onde transitam emoções e idéias, num espaço interior, que comporta vários níveis.
A 4ª dimensão corresponde ao plano astral.
Os subníveis inferiores, mais densos que a 4ª dimensão, podem ser conferidos como sendo por exemplo: os raios X, a eletricidade, a radiação atômica, que dissolvem as fronteiras rígidas do mundo de três dimensões.
Na 4ª dimensão também estão o mundo magnético e emocional, que também rompem as fronteiras rígidas do mundo tridimensional. É nela que está contida a lei de atração e repulsão.

Já a 5ª dimensão é o mundo em que atuam as idéias abstratas, os arquétipos puros da Mente divina, que as filosofias platônicas e pitagóricas, chamavam de números e idéias.

A 6ª dimensão, corresponde ao mundo da intuição pura.

A 7ª aponta uma Realidade Suprema: A Átma, sobre a qual nossa capacidade humana não chega a alcançar e perceber, pois seria A propria Fonte que inspira e expira, criando neste movimento as formas universais.

As dimensões estão ligadas aos estados da matéria, que correspondem não só a sete dimensões do tempo, como a sete níveis de consciência humana, ou pós-humana. Além disto existe apenas o Espaço Abstrato Absoluto, de onde surgem os universos. Quanto maior a dimensão, mais sutil a matéria. O homem não consegue captar a velocidade da luz, nem alguns sons, pois tudo no universo está separado por escalas vibracionais. Na 3ª dimensão, esta diferença não está bem definida, posto que alguns animais captam certas vibrações que outros não captam.

É na 4ª dimensão que atua o “Fohat”, ou a Luz Primordial da doutrina esotérica, que é a energia que faz ponte entre o espírito e a matéria, obedecendo à Lei Universal.
Talvez uma forma de expressar mais concretamente a 4ª dimensão, seja imaginando a totalidade do tempo universal e do espaço cósmico que estão totalmente entrelaçados, formando uma 4ª dimensão, que permeia cada instante e lugar do mundo tridimensional. Ao contrário do que se acredita, o mundo não existe apenas no presente, mas inclui todas as partes e todos os tempos, sendo que nós só conseguimos ver um instante deste tempo, na 3ª dimensão. Nossa vida interior se dá nas dimensões sutis, enquanto que a vida externa vai se esgotando um instante após o outro. Se seguirmos nesta linha, seriamos aptos a provar a existência da alma e de sua eternidade.

O tempo revelará o velho que está presente no bebê, a árvore na semente. A maioria quer negar o que não pode ver, mas é impossível, ilógico. Quando escutamos uma melodia, ela já está no astral, completa, mas vai se desenrolando lentamente aos nossos ouvidos, que não podem absorver “o todo”.
Em a “ Doutrina secreta”, de Helena Blavatsky, ela cita o diálogo místico entre um discípulo e seu mestre:
“O que é que existe sempre?
O espaço, o eterno “anupãdaka”(em sânscrito, aquele que não tem origem).
O que é que sempre existiu?
O germe na raiz.
O que é que está sempre indo e vindo?
A Grande Respiração Universal.
Então estes três são eternos?
Não, os três são Um, o que sempre “É” é Um, o que sempre “Foi” é Um e o que “Está sempre em transformação”, “É” Um... e este Um é o espaço”.

Está registrado há milênios no registro akáshico, na 4ª dimensão, que a Terra reencontrará a felicidade, mas que este processo passará por muito sofrimento humano, até que o número de resgatáveis e seres de mundos mais sutis que estão nascendo aqui, seja suficiente e o carma coletivo, registrado no astral, esteja “quitado”.

A partir deste “instante cósmico”, a dor será rapidamente transmutada em sabedoria.
Quando nossa humanidade conseguir, realmente, incorporar o conceito de que TODOS SOMOS UM, daremos um salto quântico em nossa evolução.

Muita Luz!

05 maio, 2009

Infância


Um naco de felicidade é poder olhar para trás
e encontrar esse vasto mundo que se chama infância.
Adivinhação da vida.
Bem sei que, com muita gente, acontece essa coisa estranha:
torna-se adulto sem ter sido criança.
Ou, o que é pior: ter sido criança sem ter tido infância.

A infância, para mim,
não é apenas e simplesmente uma idade,
mas justamente aquele mundo de pequeninas
coisas que tornam inconfundível
na lembrança um tempo de alegria,
um tempo em que conhecemos a felicidade
sem ao menos nos apercebermos dela.

Infância mesmo a gente só pode ter depois de crescer.
Porque antes a gente não sabe.
Uma pena que a gente só descubra a infância depois que ela passou.

Que ela seja como um sonho de que só temos consciência
quando acordamos, já adultos.
Ah, se pudéssemos retornar o sonho,
tão próximo e tão distante, interrompido pela vida,
para revive-lo plenamente,
com a consciência, com os sentidos despertos.

Quero referir-me também aos que não conheceram seus pais,
os que nasceram órfãos, os que nunca souberam
o que significa um lar, aos que não tiveram
a oportunidade de experimentar tantas e
infinitas alegrias colhidas com liberdade e amor.

Os que nunca souberam pronunciar a palavra
infância com todas as suas letras;
não tiveram companheiros de aventuras;
não sabem o sentido de coisas simples
e inesquecíveis como bolas de gude,
piões, papagaios, balões...

Os filmes seriados na TV em preto e branco,
as brincadeiras de bandido e mocinho ,
(e olha nenhum dos meus amigos se tornaram
marginais porque um dia brincamos de bang-bang) ,
fazer cabana,
brincar de indio ,nadar na lagoa , brincar na chuva .


Deitar na grama e ver que formas as
nuvens tomariam naquele instante,
e sempre tomavam formas maravilhosas
de acordo com nossos sonhos e
do tamanho de nossa imaginação ,
brincar até a noite e correr atrás de vagalumes,
onde a noite era sinônimo de beleza e natureza.

Me lembro da minha infância:
trago-a intacta dentro de mim,
posso quase toca-la com as mãos.
Nela fui rei e moleque.
Ficaram em meu corpo suas marcas
e cicatrizes e me orgulho delas
como um combatente de suas medalhas,
cada uma tem sua história, encerra uma aventura.

Vivi todos os seus riscos, junto aos companheiros.
Ainda ouço a voz de minha mãe me repreendendo,
quando voltava para casa:

- Já não disse que não quero você com aqueles moleques?

E quantas vezes ouvi também outras mães chamando
por seus filhos e repreendendo-os com as mesmas palavras.

Sou um homem feliz porque tive infância.
E quantas vezes tenho fugido para ela,
tentando reabastecer o coração de esperanças e ilusões.
Sim; posso encontra-la viva, intensa,
apenas volto o rosto,
em cada curva da lembrança.