29 janeiro, 2009

Spiritum est Animi, Ut Cogites


Etimologia
A palavra espírito tem sua raiz etimológica do Latim "spiritus",
significando "respiração" ou "sopro",
mas também pode estar se referindo a "alma",
"coragem", "vigor" e finalmente,
fazer referência a sua raiz no idioma
PIE *(s)peis- (“soprar”).
Na Vulgata, a palavra em Latim é traduzida a partir do grego
"pneuma" (πνευμα), em Hebreu (ruah),
e está em oposição ao termo anima, traduzido por "psykhē".
A distinção entre a alma e o espírito somente
ocorreu com a atual terminologia judaico-cristã
(ex. Grego. "psykhe" vs. "pneuma",
Latim "anima" vs. "spiritus", Hebreu "ruach" vs.
"neshama", "nephesh" ou ainda
"neshama" da raíz "NSHM", respiração.)
A palavra espírito costuma ser usada em
dois contextos, um metafísico e outro metafórico.

Filosofia
Espírito é definido pelo conjunto total das faculdades intelectuais.
Ele é freqüentemente considerado como um princípio
ou essência da vida incorpórea (religião e tradição espiritualista da filosofia),
mas pode também concebida como
um princípio material
(conjunto de leis da física que geram nosso sistema nervoso).
Na Antiguidade, o sopro e o que ele portava
(o som, a voz, a palavra, o nome)
continha a vida, seja em protótipo,
em essência ou em potência (mítica).
No tronco judaico-cristão das religiões diz-se que
Deus soprou o barro para gerar o (ser no) homem.
Dar um nome aos seres vivos ou não, emitir o som do nome
(i.e, chamar por um nome, imitar as vozes animais,
mimitizá-los, fazer do nome onomatopéia,
apresentar-lhes na língua,
dar-lhes uma palavra que lhes chame etc),
fazer soar pela emissão do sopro vocal,
significava possuir
(ter o que é deles, a carne, a voz, ser-lhes o proprietário).
Assim, diz-se também que ao dar nomes aos animais,
o Homem ancestral, tomou deles a posse, tomou deles algo,
deu-lhes a representação, o espírito. Nos contos míticos,
emitir um som significa chamar pelo ser que atente a tal som.
Assim, o gênio da lâmpada de Aladin
(o das Mil e Uma Noites)
aparecia quando Aladim esfregava a lampada maravilhosa,
assim emitindo um ruído ou som que era exatamente
o nome do gênio encarcerado.
Em política, diz-se do espírito das leis,
expresso na constituição.
O termo espírito das leis vem de Montesquieu,
que escreveu um livro sobre com este título,
no qual ele descreve o sistema
tripartite de repartição dos estados.

Corpo e espírito
Em diferentes culturas,
o espírito vivifica o ser no mundo.
O espírito também permitiria ao ser perceber
o elo entre o corpo e a alma.
Entretanto, muitas vezes espírito é identificado
com alma e vice-versa, sendo utilizados de
forma equivalente para expressar a mesma coisa.
Segundo a teoria dualista de Descartes,
o corpo e o espírito são duas substâncias imiscíveis,
cada qual com uma natureza diferente:
o espírito pertenceria ao mundo da racionalidade
(res cogitans), enquanto o corpo às coisas do
mundo com extensão (res extensa),
ao mundo das coisas mensuráveis.
Descartes acreditava que a função da glândula pineal
seria unir a alma/espírito ao corpo.
Sua visão do ser humano era mecanicista.
O corpo era tratado como uma máquina de grande complexidade.
Pensava em partes separadas, no que ligaria o
que com o que, qual seria a função
de cada parte, em suas relações etc.
Para algumas tradições religiosas, a morte
separa o espírito do corpo físico, e a partir daí,
o espírito passa a ser somente da esfera espiritual.
Para estas, a morte parece não
encerrar a existência
de cada ser particular.



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