08 abril, 2010

Possibilidades


Contemplo este espelho
Que se põe diante de mim
Como sombra que me acompanha
E que somente descansa
Nos cantos escuros da alma,
Onde o Nada que sou reina absoluto!

Mas o leve brilho da chama,
Captura de modo incessante,
Em todo eterno instante
Cada movimento do que sou
De minha reminiscência original
Hipóstasiando fragmentos,
Que se recompôem em reflexos,
Formando um substrato, nem bom, nem mau,
Que apenas obedecem seus nexos.

De forma anarquicamente lógica
Numa constante dança dialética
Vai operando em síntese ,
Sempre, da sobra do que restou
Da subtração do nada que sou.
Sobras de onde estou.

Eis a magia do espelho
Engana-me fazendo pensar
Que se penso, existo
E só por isso eu insisto
Olhar-me constantemente
neste refletido modelo,
virtudes, erros, vissicitudes
Pois cada imagem refletida, escolhida
Vai a cada flagrante, ganhando vida...
ganhando vida.

Como diz, afirmando M. de Combi:

“Algum dia, em qualquer parte,em qualquer lugar,
indefectivelmente, hás de encontrar-te contigo mesmo,
e depende de ti somente, que seja a mais amarga de tuas horas,
ou teu momento melhor!”



Um comentário:

Lê disse...

a todo momento : escolhas...

bj bj e mais bj